sábado, 25 de setembro de 2010

Vazio

Em tempos,
escrevia para desabafar,
para retirar de mim uma dor
um pânico..
Hoje, que essa dor partiu,
apenas ficou um vazio,
um espaço sem nada
que nada o preenche.
O tempo levou um sentimento,
com ele levou também a força do acreditar
do crer voltar a amar.
Neste vazio nada mais há-de entrar
nada há-de ocupar este lugar,
que era teu,
que conquistas-te e jogas-te
Hoje,
neste vazio gelado,
já não há quem entre,
não há quem deixe entrar.
Fujo de quem bate há porta.
Aquela que tu trancaste antes de partir.
Aquela que fechas-te e abalas-te
Agora que voltas-te
não sabes da única chave,
não há forma de entrares,
não há forma de eu voltar a amar,
nem a ti, nem a ninguém,
eu não parti,
sempre estive por aqui,
tu foste e vieste,
mas na viagem o vazio aumentou
cresceu sem medida
tornando-se tão grande,
que nem mesmo um grande amor
o nosso grande amor
o consegue preencher
o consegue vencer.

Fui vencido pelo tempo,
pelo sentimento de vazio

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